História

Mioma, freguesia do concelho de Sátão, distrito de Viseu, abrange uma área de 1605 hectares e situa-se a cerca de 3km da sede do concelho e a 20Km da sede do distrito.

Mioma confina com as freguesias de Avelal, Silvã de Cima, Rio de Moinhos, São Miguel de Vila Boa, Ferreira de Aves e Sátão.

Esta freguesia, em volta da serra do Facho, é constituída pelas povoações de Mioma, Meã, Quintas do Monte, Trémoa, Lages, Souralva, Afonsim e Fontaínhas.

Quanto ao topónimo "Mioma", não se sabe ao certo o sentido etimológico da palavra. Segundo alguns, a palavra deriva do árabe e significa terra abundante em água. De facto, no sopé da Serra do Facho, fontes, arroios e diversos regatos correm por todo o lado, irrigando as terras e tornando-as férteis.

Em Afonsim ter-se-ia formado uma "villa" agrária, cujo topónimo faz remontar aos tempos anteriores à Nacionalidade (1143), quando por aqui se instalaram os povos germânicos em concluio com as autoridades romanas decadentes. Afonsim provém de um personagem chamado Adefonsimes ou Afonsinus, à qual a "villa" pertencia.

Até aos fins do Século XVI, a paróquia de Mioma fazia parte da de Santa Maria do Sátão. A partir desta altura Mioma constitui-se como paróquia autónoma, adotando como orago São Pedro e procede à edificação da sua igreja matriz. Os paroquianos de Mioma reuniram-se, decidindo dar a sua quota-parte para a construção da igreja. Quando o dinheiro faltava, os Albuquerques de Mioma apareciam no cimo do balcão das suas residências, incutindo ânimo nas gentes, mostrando-lhes as saquinhas cheias de libras de ouro. As obras iriam continuar.

Em 1708, o concelho de Sátão era constituído apenas por duas paróquias: Vila da Igreja, onde ficava a sede, e S. Pedro de Mioma.
Nomes de famílias ilustres ficaram para sempre ligados à história desta terra, destacando-se os Albuquerques.
João Afonso de Albuquerque, bisneto do célebre Afonso Sanches, foi abade da Igreja de Santa Maria de Sátão e veio a instalar-se no lugar de Vila de Igreja, freguesia de Santa Maria de Sátão e aqui construiu o seu solar, donde através de gerações partiram todos os Albuquerques da Beira.

A população de Mioma está muito grata aos Albuquerques de Mioma, devido à sua generosidade (oferecendo dinheiro para a construção da igreja matriz) e ao estímulo que sempre deram aos pedreiros, para que estes não desanimassem. As sepulturas desta família ainda hoje estão assinaladas com datas e legendas na carreira central da Igreja.

 

 

Em todo o concelho de Sátão encontramos vestígios arqueológicos, o que nos faz pensar que esta região já seria povoada nos tempos da pré-história. Os mouros terão sido o povo que mais sinais deixaram da sua passagem.

Através de uma carta de foral, datada de 9 de Maio de 1111, outorgada pelo conde D. Henrique e D. Teresa, pode-se concluir quer da antiguidade do concelho de Sátão, quer do apreço em que era tido.
Estes príncipes referem-se a Sátão como a terra conhecida, familiar e amiga que os recebeu. A expressão "quod collegistis in vestra kasa" ("por nos terdes recebido e agasalhado na vossa casa") é testemunho da passagem dos percursores da independência nacional nestas terras.

Supõe-se que também nesta região teria estado com os seus pais, ainda muito pequeno, o fundador na Nacionalidade – D. Afonso Henriques. O príncipe nasceu em 1109, na cidade de Viseu, onde habitualmente residiam seus pais. Afonso Henriques terá sempre conservado grande estima e deferência por Sátão. Segundo o Doutor Júlio Dantas, no seu livro "Marcha Triunfal", D. Afonso Henriques partiu de Sátão para a gloriosa batalha de Ourique, onde teria sido aclamado rei.

D. Sancho II deu outro foral a Sátão a 10 de Julho de 1240, aumentando os privilégios do foral anterior.
A 6 de Maio de 1514, D. Manuel deu a Sátão um foral novo.

 

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